A crise - lapsus linguae

Sócrates disse hoje, no parlamento, que o governo "fará tudo o que estiver ao seu alcance" para atenuar o défice - um deslize de linguagem ou, se quiserem, uma subtil diferença entre o que (provavelmente) quis dizer e aquilo que disse: a avaliar pelo PEC e pela negociata já concluída com o jovem líder do PSD, o que Sócrates queria dizer é que lançaria mão a tudo o que estivesse ao seu alcance para pagar a crise...

anti-semitismo

As recentes críticas à Igreja (católica) pelos alegados casos de pedofilia mereceram, por altos dignatários do Vaticano, a comparação ao anti-semitismo - comparação imbecil, e ofensiva. Há por aí "fenómenos" (crimes, em linguagem sem concessões) comparáveis ao anti-semitismo - a perseguição a cristãos em vários Estados do médio oriente ; o que certos teólogos muçulmanos vão, em pleno Ocidente, dizendo dos homossexuais ( também haverá gentes de outros credos, mas esses, pelo menos, ainda não vão pedindo a morte por lapidação...); o autêntico holocausto que está em curso no Irão, contra os adeptos da religião Baha'i; para sensibilidades mais apuradas, a reintrodução do rito tridentino.

É pena que comparações destas surjam- sobretudo, tendo em atenção o património de tolerância e ecumenismo que resultara do consulado de João Paulo II ( e que continuou com Bento XVI).

Tem dias, mas calha encher-me de orgulho de ser português - e não tem nada a ver com futebóis

Deveria ser dada a devida notícia a estes factos - infelizmente, a nossa "república" ( cimentada com o assassinato do rei e seu herdeiro, não vá alguém esquecê-lo) interessa-se mais por alegadas provocações e agressões em balneários de futebol.


PS- Casualmente, passei pela Baixa do Porto, em dia de comemoração de insurreição; fiquei enojado com o "beija-mão" que por lá grassava.

Hasta siempre, Raul

Fazes falta- não sabes a falta que fazes num país cada vez menos íntegro, cada vez com menos humor, cada vez mais inculto; como dizia Carlos do Carmo, há pouco, um país que "trabalha mal a memória". Mas ficarás para sempre - pelo menos, no meu imaginário.

Questão de semântica`: Geert Wilders e o PVV

Esta "extrema direita" defende os direitos dos homossexuais, das mulheres, pretende a protecção legal dos direitos dos animais, opõe-se veementemente ao nazismo e ao fascismo, quer impostos baixos e a separação entre o Estado e credos religiosos; descartando em hipotética importação as comparações cretinas entre livros religiosos e o "Mein Kampf", e algumas generalizações igualmente néscias, será que a podem "franchisar" para cá? Dava jeito, digo eu...

Estamos, portanto, entregues à ficção

Após a JSD ter transformado o primeiro-ministro em Pinóquio, eis que Augusto Santos Silva nos surpreende ( sim, a criatura tem essa capacidade de nos surpreender sempre) , referindo que "adora malhar" na direita que é a esquerda. Temos, pois, um governo que, a par de um primeiro-ministro que dizem saído dum conto infantil, integra na pasta dos assuntos parlamentares "O Malhadinhas". Belo.

Afinal...

Eu gostava de ter escrito isto

"Permitam-me não pensar em Gaza, excepto nos soldados israelitas que lá estão a lutar contra o terror do Hamas. Há várias centenas de milhões de árabes e milhares de europeus eriçados a preocupar-se e a manifestarem-se pelos habitantes de Gaza. Deixem-me pensar nos israelitas que vivem nas cidades próximas da Faixa"

Boaz Gabriel Canhoto